RECURSOS NATUARAIS: Questão energética no Brasil e no mundo


Introdução
Ao lado da biodiversidade e do aquecimento global, a disponibilidade de água está se tornando uma das principais questões socioambientais do mundo atual. Relatórios da ONU indicam que quase 20% da humanidade - cerca de 1 bilhão de pessoas - não têm acesso à quantidade mínima aceitável de água potável e aos 20 a 50 litros diários necessários para beber, cozinhar e tomar banho. Em contrapartida, o consumo per capita em países ricos como Estados Unidos e Canadá é de 300 litros diários de água. Inúmeras regiões do planeta já estão marcadas pela escassez e pelo estresse hídrico - desequilíbrio entre demanda e oferta de água, causado, entre outros fatores, pela contaminação dos recursos. Esse quadro vem gerando disputas e conflitos.
Este plano de aula inicia uma série de cinco propostas para trabalhar com a questão hídrica no ensino Fundamental. Serão abordados aqui, sob o ângulo da sustentabilidade e do consumo consciente, a origem, composição e distribuição da água e seus caminhos pela natureza, essenciais para compreender sua importância: sem ela, não seria possível a vida na Terra.

Objetivos
Identificar a presença da água no cotidiano e reconhecer sua importância como recurso natural indispensável à vida no planeta.
Reconhecer as diferentes etapas e processos que constituem o ciclo da água na natureza e avaliar repercussões das alterações nele promovidas pelas atividades humanas.

Conteúdos específicos
Água: distribuição, usos e consumo e ciclo da água

Ano
6º ao 9º

Tempo estimado
Quatro aulas

Desenvolvimento das atividades
Primeira aula
De onde vem a água? Como ela chega até as nossas casas, pronta para o consumo? Como a utilizamos? Como podemos economizá-la, evitando o risco de o recurso faltar no futuro? Essas questões podem ser o ponto de partida para planos de estudo, projetos ou sequências didáticas sobre a questão da água.
A moçada pode iniciar o trabalho com uma conversa sobre as questões propostas inicialmente. Em seguida, vale a pena assistir ao vídeo preparado pelo Instituto de Física da Universidade da USP (veja indicação no final deste plano), que traz belas imagens ao som da música Planeta Água, de Guilherme Arantes, além de questões que servirão à reflexão dos alunos ao longo da sequência didática. Proponha que anotem os dados e escrevam pequenos textos respondendo às questões propostas no vídeo: qual a quantidade de água doce disponível na natureza? Onde ela se encontra? O que cada indivíduo ou grupo social pode fazer para a conservação desse recurso? Retome essas questões na aula seguinte, quando os estudantes terão a oportunidade de analisar novos dados.

Segunda aula Levando em conta as diferenças de aprendizagem entre as turmas, os alunos devem começar a análise de dados e informações sobre a distribuição, a disponibilidade e o ciclo da água. Proponha que examinem os gráficos abaixo e organizem os dados sobre os recursos hídricos no planeta, percentuais de água doce e salgada e a distribuição da água na superfície terrestre e na atmosfera (a reportagem "Líquido precioso" tem mais dados a respeito - ver indicação no final desse plano). Se necessário, faça demonstrações com as proporções indicadas. Os dados levantam uma importante questão, que encaminha o debate sobre o fato de que apenas 2,5% da água é própria para consumo humano. Desse índice, somente 0,3% está nos rios e lagos e quase 70% nas geleiras e coberturas permanentes de neve, de difícil obtenção e aproveitamento.
A ÁGUA NO NOSSO PLANETA
A água no nosso planeta - Ilustração: Robles/Pingado
Em seguida, proponha que examinem o ciclo da água, ou ciclo hidrológico, destacando as etapas de radiação solar, evapotranspiração, condensação e formação de nuvens, precipitação, escoamento superficial e infiltração (ver o quadro abaixo). O exame de cartas sinóticas também auxilia na compreensão da circulação das massas de ar e do transporte de água na atmosfera. Trabalhe aqui com a garotada as possíveis alterações ou interrupções do ciclo da água e suas eventuais repercussões - caso da cobertura dos solos pelo asfaltamento e edificações, que acelera o escoamento superficial e dificulta a infiltração da água. A reflexão pode ser feita também sobre o fato de que a quantidade de água na Terra é sempre a mesma, o que indica a necessidade de medidas e práticas para evitar o comprometimento, desperdício ou consumo exacerbado do recurso.
CICLO DAS ÁGUAS
A água pura (H2O) é um líquido formado por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio e os cientistas acreditam que apareceu no planeta cerca de 4,5 bilhões de anos atrás. O ciclo da água, também denominado ciclo hidrológico, é responsável pela renovação da água no planeta. A água é fator decisivo para o surgimento e o desenvolvimento da vida na Terra.

As forças da natureza são responsáveis pelo ciclo. Ele se inicia com a energia solar incidente no planeta, que é responsável pela evapotranspiração das águas dos rios, reservatórios e mares, bem como pela transpiração das plantas. O vapor d'água forma as nuvens, cuja movimentação sofre influência do movimento de rotação da Terra e das correntes atmosféricas. A condensação do vapor d'água forma as chuvas. Quando a água das chuvas atinge a terra, ocorrem dois fenômenos: o escoamento superficial em direção dos canais de menor declividade, alimentando diretamente os rios, e a infiltração no solo, alimentando os lençóis subterrâneos. A água dos rios tem como destino final os mares e, assim, fecha-se o ciclo das águas. A movimentação da água na natureza é mostrada na figura a seguir.
Ciclo das águas - Ilustração: Robbles/Pingado
O volume total da água permanece constante no planeta, estimado em 1,5 bilhão de quilômetros cúbicos. Os oceanos constituem cerca de 97,5% de toda a água do planeta. Dos 2,5% restantes, aproximadamente 1,9% estão localizados nas calotas polares e nas geleiras, enquanto apenas 0,6 % é encontrado na forma de água subterrânea, em lagos, rios e também na atmosfera, como vapor d'água.
Fonte: Cetesb. Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo
Terceira e quarta aulas
Dedique as duas últimas aulas à preparação e à exposição dos resultados finais. Com base no que já foi visto, proponha aos estudantes o debate sobre formas de economizar e utilizar adequadamente a água (a reportagem "Poluição e desperdício reduzem a água disponível no Brasil" tem dados sobre usos e consumo no Brasil - ver indicação no final desse plano). Esclareça que, para chegar às residências e aos estabelecimentos comerciais e industriais, a água é captada em rios, lagos ou reservatórios, vai para uma estação de tratamento, onde passa por processos de filtragem e purificação, sendo distribuída pela rede aos domicílios e estabelecimentos, pronta para o consumo. Recomenda-se filtrar ou ferver a água antes de bebê-la.

As turmas devem elaborar textos dissertativos ou pequenos registros audiovisuais, feitos em computador, sobre o combate ao desperdício da água. Enfatize que, nos trabalhos, é importante levar em conta as diferenças sociais, que marcam o acesso ao recurso. Lembre também que quase 70% da água para as atividades humanas destina-se à agricultura e à criação de animais, 21% para uso industrial e apenas 10% para uso doméstico.

Avaliação
Leve em conta os objetivos definidos inicialmente. Como a sequência didática é um conjunto articulado de aulas e atividades, registre a participação dos estudantes nas diferentes etapas e nos trabalhos individuais e coletivos. Examine a produção de textos, painéis, desenhos e outros trabalhos realizados por eles. Se necessário, promova debates ou atividades individuais para examinar o que os estudantes aprenderam neste percurso.


Introdução
Este é o segundo plano de aula de uma série de cinco propostas para trabalhar com a questão hídrica no Ensino Fundamental. No primeiro plano, O caminhos da águas, foram apresentadas atividades sobre o percurso da água na natureza, observando a distribuição dela no planeta, bem como as proporções desse recurso em rios, geleiras, cumes de montanhas, solos, atmosfera e subsolo. Examinou-se o ciclo e os usos da água.
Aqui, vamos verificar a distribuição e a disponibilidade de água própria para o consumo humano na superfície terrestre, analisando as causas naturais e sociais que afetam sua oferta - situações como consumo excessivo, poluição, desperdício e ausência ou precariedade dos serviços de saneamento básico.

A escassez tem levado a disputas e conflitos pela posse e pelo uso da água em diferentes regiões do globo, um quadro que tende a se agravar.

Objetivos
• Identificar a distribuição de água no planeta e os fatores naturais e sociais que interferem na sua abundância e escassez, tendo em vista o consumo humano.
• Reconhecer e analisar práticas e situações que comprometem a disponibilidade de água no Brasil e no mundo e examinar propostas para o uso sustentável do recurso.

Conteúdo
Água - distribuição e disponibilidade na superfície terrestre; A situação do Brasil; Usos da água; e sustentabilidade do recurso.

Ano
1º ao 9º

Tempo estimado Quatro aulas

Desenvolvimento
Primeira aula
Como é a distribuição e a disponibilidade da água no mundo? Quais as áreas que convivem com abundância ou escassez dela? No Brasil, como é a situação? E na cidade em que vivem os alunos, há oferta adequada de água? Qual é a situação dos mananciais e cursos d’água que abastecem a localidade? Essas e outras questões podem servir de mote ao desenvolvimento dos assuntos relativos a este plano e ser o ponto de partida para a organização de projetos coletivos de trabalho, sequências didáticas e outras atividades.

Converse com a turma sobre as questões iniciais. Nesta fase, os estudantes estão se familiarizando com a leitura e a interpretação de mapas e cartas em diferentes escalas. Solicite que observem e analisem os mapas "Água no Mundo" e "Divisão Hidrográfica Nacional" (mostrados abaixo). Faça alguns destaques: em áreas do norte da África, do Oriente Médio e da Ásia Central estão países que possuem menor disponibilidade de recursos hídricos renováveis. Assinale que em pontos como a bacia do rio Jordão - entre Israel, Síria e Jordânia -, a bacia do rio Nilo (Sudão, Etiópia e Egito), a bacia do rio Eufrates - que atravessa Turquia, Síria e Iraque - e o leste da África, no planalto dos Grandes Lagos, já ocorrem conflitos causados pela sede. A mesma motivação leva Namíbia, Angola e Botsuana a embates na bacia do rio Okavango.


Beto Uechi/Pingado

Fonte: Olhar Geográfico, FONSECA, Fernanda P. et al.. São Paulo: IBEP, 2006, p. 88 (v.2)

No caso do Brasil, destaque que nosso país conta com 12% da água doce superficial do planeta e dispõe de bacias de rios com grande volume de água, como a Amazônica (onde está 70% da reserva nacional), ou sob clima tropical com regime regular de chuvas, casos das bacias do Paraná, do Atlântico e do Tocantins-Araguaia. Vale notar, entretanto, a distribuição irregular pelo território, em especial no semi-árido nordestino, e carências nas grandes áreas urbanas (para mais dados, recomende a leitura no site Planeta Sustentável das reportagens Líquido Precioso e Poluição e Desperdício Reduzem a Água Disponível no Brasil).
NOVA DIVISÃO DAS REGIÕES HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS
O Ministério do Meio Ambiente, por meio do Conselho Nacional de Recursos Hidrícos, instituiu uma nova divisão das bacias hidrográficas brasileiras, chamada Divisão hidrográfica nacional. As bacias foram agrupadas em 12 regiões hidrográficas, conforme o mapa e a tabela abaixo. O trecho a seguir, da Resolução n.º 32, de 15/10/2003 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, apresenta a nova divisão aprovada:

Art. 1.º Fica instituída a Divisão Hidrográfica Nacional, em regiões hidrográficas nos termos dos
anexos I e II desta Resolução, com a finalidade de orientar, fundamentar e implementar o Plano
Nacional de Recursos Hídricos.

Parágrafo único. Considera-se como região hidrográfica o espaço territorial brasileiro compreendido por uma bacia, grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas com características naturais, sociais e econômicas homogêneas ou similares, com vistas a orientar o planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos.
DIVISÃO HIDROGRÁFICA NACIONAL

Beto Uechi/Pingado
Adap.: Almanaque Abril 2007. São Paulo: Abril, 2007. p. 639 (conforme Resolução n. 32, de 15 de outubro de 2003, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos).

RegiõesCaracterísticas
Região Hidrográfica AmazônicaConstituída pela bacia hidrográfica do rio Amazonas situada no território nacional e, também, pelas bacias dos rios existentes na Ilha de Marajó, além das bacias dos rios situados no estado do Amapá que deságuam no Atlântico Norte. 
Região Hidrográfica Tocantins- Araguaia Constituída pela bacia do rio Tocantins até sua foz no Oceano Atlântico.
Região Hidrográfica Atlântico Nordeste OcidentalConstituída pelas bacias dos rios que deságuam no Atlântico - trecho Nordeste, estando limitada a Oeste pela região hidrográfica do Tocantins-Araguaia, exclusive, e a Leste pela região hidrográfica do Parnaíba.
Região Hidrográfica do ParnaíbaConstituída pela bacia do rio Parnaíba.
Região Hidrográfica Atlântico Nordeste OrientalConstituída pelas bacias dos rios que deságuam no Atlântico - trecho Nordeste, estando limitada a Oeste pela região hidrográfica do Parnaíba e ao Sul pela região hidrográfica do São Francisco.
Região Hidrográfica do São Francisco Constituída pela bacia do rio São Francisco
Região Hidrográfica Atlântico LesteConstituída pelas bacias de rios que deságuam no Atlântico - trecho Leste, estando limitada a Norte e a Oeste pela região hidrográfica do São Francisco e ao Sul pelas bacias dos rios Jequitinhonha, Mucuri e São Mateus, inclusive.
Região Hidrográfica Atlântico SudesteConstituída pelas bacias de rios que deságuam no Atlântico - trecho Sudeste, estando limitada ao norte pela bacia do Rio Doce, inclusive, a Oeste pelas regiões hidrográficas do São Francisco e do Paraná e ao Sul pela bacia do rio Ribeira, inclusive.
Região Hidrográfica do ParanáConstituída pela bacia do rio Paraná situada no território nacional.
Região Hidrográfica do UruguaiConstituída pela bacia do rio Uruguai situada no território nacional, estando limitada ao Norte pela região hidrográfica do Paraná, a Oeste pela Argentina e ao Sul pelo Uruguai.
Região Hidrográfica do Atlântico SulConstituída pelas bacias dos rios que deságuam no Atlântico - trecho Sul, estando limitada ao Norte pelas bacias hidrográficas dos rios Ipiranguinha, Iririaia-Mirim, Candapui, Serra Negra, Tabagaça e Cachoeira, inclusive, a Oeste pelas regiões hidrográficas do Paraná e do Uruguai e ao Sul pelo Uruguai. 
Região Hidrográfica do ParaguaiConstituída pela bacia do rio Paraguai situada no território nacional. 

Fonte: ALMEIDA, Fernando J. Disponível em: http://www.scipione.com.br/mostra_artigos.asp?id_artigos=25&bt=5 Acesso em: 19 ago. 2009.
Nosso país conta também com uma extraordinária reserva de água doce subterrânea de 112 trilhões de metros cúbicos, com destaque para o Aquífero Guarani, no subsolo dos estados do Centro-Sul e dos vizinhos do Cone Sul. Proponha que os estudantes organizem as informações contidas nos mapas e textos sobre a distribuição e disponibilidade de água no Brasil e no mundo. Nas aulas seguintes, eles irão se debruçar sobre as questões envolvendo os usos da água e sua repercussão na oferta do recurso.

Segunda aula
Os mapas e reportagens oferecem dados importantes para debater a questão da exploração de recursos hídricos e para identificar usos que são insustentáveis e comprometem a oferta e a qualidade da água. Peça que os alunos pesquisem novas informações a respeito desse ponto (ver indicações no final deste plano). Eles deverão elaborar listas e quadros que contenham apresentação e classificação dos usos da água.

Lembre-os que a oferta é comprometida por diferentes tipos de consumo. No residencial, é preciso combater o desperdício e implantar redes e estações de tratamento de esgotos. No caso da agricultura, é recomendável a irrigação por gotejamento, sempre que possível. Já as indústrias precisam tratar seus dejetos antes de devolvê-los à natureza. A situação crítica do alto rio Tietê (em São Paulo) e do alto Iguaçu (no Paraná), por exemplo, decorre do fato desses rios serem usados para despejo de resíduos de toda ordem - um uso insustentável e inadequado, que inviabiliza outras utilizações. É importante destacar que há usos em que não há o gasto do recurso, como a navegação em rios e lagos e a geração de energia hidrelétrica. Essas atividades, no entanto, precisam ser monitoradas para não subtrair água ou provocar impacto nos entornos.

Informe que, no Brasil, a demanda doméstica e a industrial respondem por 30% do consumo da água, enquanto 70% é apropriado pela agropecuária, para irrigação e criação de animais. Apesar disso, as cidades contam com o maior percentual das redes de abastecimento. Somente 17% dos domicílios rurais são atendidos por elas. Assinale também que deficiências na rede (canos quebrados e vazamentos) provocam perdas da ordem de 40%. Vale lembrar, ainda, a baixa oferta de saneamento básico no nosso país: segundo pesquisa do IBGE de 2000, pouco mais de 50% dos domicílios brasileiros estão ligados à rede de esgotos. Lembre à turma a polêmica sobre a exploração do rio São Francisco, face ao projeto de transposição de suas águas, no médio curso, para as bacias setentrionais.

Em outras partes do planeta, ocorrem situações semelhantes, em especial em países que não dispõem de infraestrutura adequada de saneamento. Nos países pobres, calcula-se que 90% do esgoto é devolvido à natureza sem tratamento. A construção de barragens para usinas hidrelétricas em regiões a montante do principal rio de uma bacia hidrográfica compromete a oferta de água a populações a jusante, casos do Eufrates e do Ganges (gerando atritos entre Índia e Bangladesh). Há casos graves de poluição e contaminação nos rios Amarelo (China), Volga (Rússia) e Colorado (EUA). Mas o caso mais representativo é o do mar de Aral, entre o Casaquistão e o Uzbesquistão, que perdeu 2/3 de sua superfície e se tornou salgado, com consequências desastrosas para plantas e animais e para o abastecimento humano (sugira a leitura em Planeta Sustentável do texto Catástrofe no Mar de Aral). Com base nos dados apresentados, os estudantes poderão preparar os quadros citados e avaliar as situações mais críticas.

Terceira e quarta aulas
Com base nos dados e discussões, encomende a elaboração de textos dissertativos sobre a disponibilidade e usos da água no Brasil. Os jovens podem discorrer sobre os fatores naturais, mas é importante que percebam que os aspectos econômicos, sociais e políticos são decisivos para o balanço hídrico de diferentes lugares, regiões e países.

Recomende a inserção de mapas, tabelas e gráficos para enriquecer o texto e as argumentações. Proponha também que ofereçam propostas, mesmo que incipientes, para melhorar a gestão e o uso da água. Esse ponto deverá ser explorado nos próximos planos de aula, mas os estudantes já podem apontar aqui itens como: a necessidade de ampliar estruturas e serviços de saneamento básico e de coleta de lixo, promover o combate ao desmatamento (em especial, nas matas ciliares) e apontar a necessidade da gestão compartilhada do recurso. De acordo com os interesses e as proposições dos estudantes, considere a possibilidade de promover uma exposição ou apresentação com os resultados para outras turmas da escola.

Avaliação
Leve em conta os objetivos estabelecidos no início das atividades. Observe e registre a participação dos estudantes nas etapas individuais e coletivas do trabalho. Para verificar o domínio progressivo dos conceitos, das noções e dos processos, especialmente em turmas do 6º ao 9º ano, examine o conjunto da produção de textos, painéis, desenhos e outros trabalhos realizados. Reserve um tempo para que a moçada fale livremente sobre a experiência e para avaliar eventuais dificuldades e ganhos de aprendizagem.





Introdução
Esta é a última proposta de trabalho de uma série de cinco sobre a questão da água no Brasil e no mundo. Até aqui, os professores e estudantes tiveram a oportunidade de entrar em contato com temas e assuntos como o ciclo da água, a distribuição e a disponibilidade de água na Terra - face às condições naturais e, principalmente, aos usos desse recurso - e também suas modalidades de utilização e repercussões. Na quarta sequência didática esteve em questão a gestão dos recursos hídricos no Brasil e no mundo, apontando a necessidade de visões integradas e usos compartilhados das bacias hidrográficas.
Agora, vamos examinar o uso da água para a produção de energia e avaliar seus limites e possibilidades, com destaque para a situação do Brasil, onde as usinas hidrelétricas são as responsáveis por mais de dois terços da energia elétrica gerada no país.
Objetivos Identificar a produção de energia a partir de usinas hidrelétricas no Brasil e no mundo, avaliando o potencial energético e a capacidade instalada em diferentes bacias hidrográficas.
Avaliar limites e possibilidades e eventuais impactos socioambientais provocados pela instalação dos sistemas de geração de energia a partir de usinas hidrelétricas.
Promover ações na escola e na comunidade que contribuam para preservar os recursos hídricos e evitar usos inadequados da energia disponível.
Conteúdos Água e energia: matriz energética; geração de energia a partir de usinas hidrelétricas no Brasil e no mundo; uso da água para geração de energia e impactos socioambientais
Áreas do conhecimento Geografia, Ciências e História
Ano 6º ao 9º ano
Tempo estimado Três aulas
Desenvolvimento das atividades
Primeira e segunda aulas
De onde vem a energia elétrica que utilizamos todos os dias? Como é a composição da matriz energética nacional? Nesse quadro, qual é o papel da energia hidrelétrica? Por que, mesmo com a disponibilidade de recursos naturais no Brasil, são instituídos planos e aparecem recomendações para economizar energia? Essas e outras questões podem compor planos de aula, projetos de trabalho na escola e sequências didáticas sobre a relação entre água e energia.
Faça uma conversa inicial com a turma sobre a questão da energia no mundo de hoje: para onde vai a energia produzida? Quais setores mais demandam energia? No caso do Brasil, como é a composição da matriz energética e qual o papel da energia hidráulica? Quais os benefícios e prejuízos da opção pela geração de energia em hidrelétricas?
Esclareça, em primeiro lugar, que a matriz energética refere-se às fontes naturais ou energia primária que um determinado país, região ou localidade dispõe. É comum dizer que o conjunto das fontes de energia primária de um país é a sua matriz energética. A fonte de energia, por sua vez, inclui as fontes naturais de energia primária (a matriz) e as fontes artificiais de energia secundária. Esta última é a energia transformada pela ação humana por meio dos equipamentos e sistemas energéticos. Por exemplo, um rio é uma fonte de energia natural, portador de uma energia primária, a hidráulica. Já a usina hidrelétrica é uma fonte de energia artificial, que transforma energia hidráulica (primária) em eletricidade (secundária). O mesmo raciocínio se aplica ao caso do petróleo - energia primária - e da gasolina - energia secundária. Peça que os estudantes examinem o planisfério e os gráficos a seguir.
Para seus alunos
Capacidade instalada em usinas hidrelétricas no mundo
Mapa sobre a capacidade instalada em usinas hidrelétricas no mundo.
Fonte: The International Journal On Hydropower & Dams - IJHD. World Atlas & Industry Guide. 2000.
A energia das águas
Quantidade de energia gerada anualmente pela água, por região em 1999 (em milhões de toneladas do equivalente em petróleo)
A energia das águas
Fonte: CLARKE, Robin; KING, Janet. O Atlas da Água. São Paulo: Publifolha, 2005, p. 43.
Brasil: Evolução das participação das fontes de energia - 1970-2006
(em tenp - toneladas equivalentes de petróleo)
Evolução das fontes de energia no Brasil


Fonte: Ministério das Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética. Balanço Energético Nacional 2007: ano base 2006. Rio de Janeiro: EPE, 2007.
Ressalte que alguns países se destacam na produção de energia hidrelétrica. Juntos, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos e Rússia respondem por mais de 50% do total. Assinale que alguns países apresentaram aumento na produção nos últimos anos, caso de nações africanas de zonas tropicais úmidas, como a República Democrática do Congo, Tanzânia, Moçambique e Zâmbia - além de vizinhos do Brasil, como Colômbia e Venezuela. De outro lado, como mostra o gráfico "A Energia das Águas" (acima), a quantidade de energia das águas gerada ainda é muito baixa em algumas regiões do planeta, o que mostra disparidades na capacidade instalada. Assim, a Europa e a América do Norte apresentam valores altos, enquanto regiões como a América Latina e a África ainda estão muito abaixo, comparado ao seu grande potencial.
Outro dado importante é considerar a participação da energia hidrelétrica no total da energia gerada no mundo. Dados da Agência Internacional de Energia apontam que o petróleo, combustível não-renovável e que provoca a emissão de gases-estufa, ainda responde por cerca de 50% do consumo mundial de energia, mais do que o dobro da articipação da energia hidrelétrica nesse quesito.
No caso brasileiro, os estudantes podem verificar, de acordo com o gráfico sobre a evolução da participação das fontes de energia no Brasil, que a hidrelétrica responde hoje por cerca de 30% da oferta interna geral (consulte a reportagem Brasil: Energia Múltipla, no Planeta Sustentável). Mas ela é também a principal responsável pelo fornecimento de energia elétrica do país, com índices acima de 90%. Informe ainda que os principais consumidores no mundo são os setores industrial e de transportes. Em nosso país, a indústria responde por cerca de 40% do consumo de energia. Peça que os alunos organizem os dados e escrevam suas reflexões sobre a produção de energia a partir de hidrelétricas.
Terceira aula
Destaque para a turma que a hidreletricidade é uma importante fonte renovável de energia. Afinal, a água usada para movimentar as turbinas da usina volta ao sistema natural. Portanto, não é consumida, como ocorre com seu uso para fins agrícolas, domésticos ou industriais. Diferentemente dos combustíveis fósseis, ela não produz gases de efeito estufa nem poluentes. Em regra, essa fonte tem mais aceitação do que, por exemplo, a energia nuclear - sempre há riscos de vazamento. Questione os alunos sobre as contrapartidas dessa opção energética.
Mostre que os reservatórios de água das usinas de grande porte provocam perda de água por evaporação, antes mesmo de ela ser utilizada de alguma forma. Tais reservatórios, que também servem ao controle de enchentes e produção de alimentos, causam outra perturbação, que é a remoção de populações, obrigadas a abandonar suas casas e áreas de cultivo e iniciar nova vida em reassentamentos. A implantação dos reservatórios provoca ainda alterações nos ecossistemas, desfazendo cadeias alimentares, criando obstáculos para a reprodução de espécies aquáticas e subtraindo habitats da fauna terrestre. Costumam ocorrer alterações também no nível dos lençóis freáticos. Em boa medida, o Brasil conheceu esses problemas com a criação de grandes unidades, como as de Itaipu e Tucuruí. A represa das Três Gargantas, na China, ao ser completada, em 2009, terá 640 quilômetros de comprimento e afetará direta ou indiretamente mais de 20 milhões de pessoas. Parte da represa afetará uma fértil planície.
Desse modo, as opções energéticas implicam discussão pública dos prejuízos e dos benefícios. Recomendações indicam também que os projetos de novas usinas hidrelétricas devem privilegiar as usinas de pequeno porte, que hoje já respondem por cerca de 40% do total da energia hidrelétrica gerada no mundo. O debate é um bom tema para uma dissertação dos alunos relacionando água e produção energética. Eles podem aproveitar a oportunidade e pesquisar o potencial de geração de energia e capacidade instalada nas diferentes bacias brasileiras. Encomende o trabalho e discuta os resultados com toda a turma.
Avaliação É essencial avaliar o domínio dos conceitos, noções e processos em jogo, como os de matriz e fonte energética, recurso renovável e não-renovável e as análises sobre a produção de energia hidrelétrica. Avalie o conjunto das produções de texto e a participação de cada um. Reserve um tempo para que as turmas avaliem as experiências.


Introdução
Este é o terceiro plano de aula de uma série de cinco propostas para trabalhar com os estudantes a questão da água. No primeiro plano, O caminho das águas, foram desenvolvidas atividades sobre o ciclo da água e seus caminhos na natureza. Já no segundo plano, Água para consumo, foi examinada a distribuição do recurso nos diferentes países e regiões do planeta. Examinamos em detalhes o caso do Brasil, que conta com 12% das águas superficiais do planeta, mas mesmo assim convive com a escassez em diversas regiões. Vale lembrar que apenas 2,5% de toda a água existente na Terra é doce e somente um terço disso está pronto para o consumo.
Agora, vamos examinar mais de perto os usos da água, tanto para o abastecimento doméstico como para o uso industrial e agrícola, analisando também perspectivas para seu reaproveitamento. No próximo plano, estarão em foco medidas e propostas para a gestão dos recursos hídricos.

Objetivos
Compreender as noções de uso da água, uso com intervenção e sem intervenção e uso sustentável dos recursos hídricos.
Analisar os diferentes usos da água e suas repercussões na distribuição e disponibilidade do recurso.
Reconhecer e analisar práticas e situações que comprometem a disponibilidade de água no Brasil e no mundo e examinar propostas para seu uso sustentável.

Conteúdos específicos
Água: usos, consumo, disponibilidade e sustentabilidade. Poluição da água

Anos
6º ao 9º ano

Tempo estimado
Quatro aulas

Desenvolvimento das atividades

Primeira e segunda aulas
Qual é o destino da água disponível? Quais são os setores que mais consomem água no mundo? E no Brasil, como é essa proporção? Existem usos que não comprometem as reservas? Quais são eles? Essas são algumas indagações importantes quando o assunto é a água. Elas podem ser consideradas pontos de partida para projetos de trabalho, sequências didáticas e aulas sobre o tema.

Solicite aos alunos que, também em pequenos grupos, preparem listas com os usos possíveis da água e elaborem quadros com classificações sobre usos, setores e suas repercussões em relação às reservas do recurso. Peça que as equipes apresentem os resultados e construa, em conjunto, um quadro-síntese.

Em seguida, lance algumas questões: o que todos entendem por uso da água? Há diferenças entre os usos? Quais? Esclareça que a água é um recurso com múltiplas utilidades. E, assim como ocorre com outros recursos naturais, existem usos com e sem intervenção humana, ou ainda, sem grandes transformações nos espaços. Mostre que o uso é um elemento essencial de incorporação da natureza pelas sociedades. Dessa forma, os sistemas naturais foram se tornando extensões dos sistemas técnicos humanos.

Não por acaso, diversas culturas se instalaram junto às margens de rios, que passaram a compor os sistemas urbanos, seja para captação de água ou de alimentos para o consumo, seja para o transporte e mesmo a dispersão de resíduos - algo cujo resultado é bem conhecido. Nessas áreas, de acordo com as técnicas disponíveis, cursos de rios foram alterados, construíram-se barragens e houve a captação de água para uso agrícola. Entre os usos sem intervenção estão a navegação e a pesca, o que não significa necessariamente a ausência de efeitos indesejáveis.

Vale dizer que algumas dessas aplicações tornaram-se insustentáveis do ponto de vista social, ecológico e econômico. Ou seja, há usos que comprometem outros usos, às vezes de forma irremediável. Por exemplo, usar um rio ou lago para o despejo de resíduos domésticos e industriais impede que a água seja bebida pelos seres humanos e prejudica a reprodução da flora e da fauna aquáticas, além de impedir que as margens se tornem áreas de lazer. Peça que registrem as conclusões (veja outras informações na reportagem Quantos litros de água potável existem na Terra?, do Planeta Sustentável)

Terceira e quarta aulas
Retome as discussões das aulas anteriores e proponha que os alunos examinem os gráficos abaixo. Eles podem verificar que as proporções dos usos são semelhantes no Brasil e no mundo. Nos dois casos, cerca de dois terços da água disponível destinam-se à agropecuária. No cenário mundial, parte significativa do recurso vai para a irrigação de culturas agrícolas, como arroz, soja e trigo, e um montante ainda maior para o gado, a chamada dessedentação animal. Em alguns países, a destinação para uso industrial também é importante. No Brasil, o Código de Águas de 1934 enfatizava a necessidade de usá-la para produção de energia e para atividades industriais, num contexto em que o país iniciava sua arrancada para o crescimento econômico. Nos últimos anos, em especial após 1997, com a nova Lei de Águas e a instituição da Política Nacional de Recursos Hídricos, esse quadro mudou. Estabeleceu-se que, em situações de escassez e conflitos de uso, as prioridades são o abastecimento humano e a dessedentação animal. Entretanto, há conflitos e disputas evidentes no país. Proponha que os estudantes façam rápidas pesquisas na internet ou na biblioteca da escola e situem alguns deles, como o da transposição das águas do rio São Francisco e o uso de bacias do interior, como a do rio Piracicaba, para abastecer a metrópole paulistana. A poluição por dejetos industriais e domésticos, assim como o desperdício e as perdas na rede agravam esse quadro - mesmo num país como o Brasil, que tem grande disponibilidade natural (a reportagem Líquido precioso, do Planeta Sustentável, traz outros dados sobre o tema).

Os alunos podem refletir sobre até que ponto vale a pena manter o padrão de uso da água para culturas agrícolas de exportação, como a soja, que serve à produção de ração para o gado na Europa e na China, países que importam o produto do Brasil. Lembre também que, como será examinado no próximo plano de aula, a nova legislação nacional prevê a criação de comitês de gestão das bacias hidrográficas e a implantação de usos sustentáveis e compartilhados. Entre as propostas estão a destinação da água de reuso (tratada para usos não-potáveis) para a agricultura e a recuperação de matas ciliares. O tema pode ser objeto de uma dissertação individual que discuta e avalie criticamente perspectivas para a água com base nos usos atuais.


Fonte: Aquastats (Relatório da FAO-ONU de 2003); World Development Indicators (Relatório do Banco Mundial, de 2003); Atlas da Água (2005), de Robin Clarke e Jannet King

Avaliação
Avalie o conjunto da produção de textos e a participação de cada um. Examine o domínio dos conceitos, noções e processos em jogo nessa sequência de atividades, de acordo com os objetivos iniciais.



Introdução
Este é o quarto plano de aula de uma série de cinco propostas, que traz como tema central a gestão da água no Brasil e no mundo. Nos planos anteriores, foram abordados temas como o ciclo da água, a distribuição e disponibilidade do recurso em nosso país e em outras regiões do planeta e a questão dos usos e consumo da água. Agora, vamos tratar da identificação dos pontos de pressão e conflitos pelo uso da água, bem como das formas de cooperação e gestão compartilhada dos recursos hídricos.
Trata-se de responder à pergunta: "onde há pouca água, quem deve utilizá-la prioritariamente?" Como ressaltam os especialistas Robin Clarke e Jannet King, vêm ocorrendo avanços no uso compartilhado de bacias hidrográficas entre os países. No Brasil, as leis aprovadas a partir do final da década de 1990 indicam prioridades de usos e medidas e políticas de gestão integrada e recuperação dos cursos d’água e bacias. Mas ainda há muito por fazer, como os estudantes poderão comprovar.
O próximo plano de aula encerra a série sobre a água, com o debate sobre água e geração de energia.
Objetivos 
- Identificar pontos de pressão e conflitos pelo uso da água no Brasil e no mundo.
- Reconhecer e avaliar políticas e medidas de gestão compartilhada dos recursos hídricos nacional e internacionalmente.
- Promover ações na escola e na comunidade que contribuam para preservar os recursos hídricos disponíveis.
Conteúdo
Água: conflitos, cooperação e gestão dos recursos hídricos
Ano
6º ao 9º anos
Tempo estimado Quatro aulas
Desenvolvimento

Primeira e segunda aulas
Planos de aula, projetos de trabalho na escola e sequências didáticas podem se orientar pelas seguintes questões: que ações precisam ser desenvolvidas para garantir a qualidade e disponibilidade de água para diferentes usos? Existem leis sobre isso? O que elas indicam? O que significa gestão integrada dos recursos hídricos? Qual é o papel dos diferentes atores sociais quando estão em questão a oferta e a qualidade da água?
Vale a pena retomar assuntos já discutidos em sala de aula. Situe alguns pontos de pressão, em que a escassez de recursos hídricos provoca conflitos e tensões entre países. Entre eles estão a disputa pelas águas da bacia do rio Jordão, entre Israel, Jordânia e Síria. A água é um tema importante também nos embates entre israelenses e palestinos. Enquanto os primeiros têm um consumo médio diário por pessoa de 350 litros, os segundos ficam com 71 litros. Israel extrai cerca de 75% da água do alto curso do Jordão, desviados por mais de 200 quilômetros de canais. Há disputas também na Ásia central pela posse e pelo uso das águas dos rios Sry Darya e Amu Darya. Do mesmo modo na América do Norte: EUA e México têm contenciosos antigos pelas águas do rio Colorado - hoje minguadas e salinizadas.
No século 20, diversos lugares foram palco do uso da água como arma de guerra: na antiga Iugoslávia, em 1999, quando os sérvios cortaram o abastecimento para o Kosovo, no Nepal, na Malásia, na Austrália, na bacia do Okavango, sudoeste da África, e muitos outros (consulte também a série Líquido Precioso, do Planeta Sustentável).
Embora o Brasil disponha de aproximadamente 12% do volume total de água doce do planeta, a distribuição e, em especial, a apropriação do recurso, não são homogêneas. Peça que os estudantes examinem o gráfico "Desafios da Gestão da Água no Brasil" (abaixo). Eles poderão constatar as particularidades de cada grande região brasileira. Em grandes metrópoles, aumenta a demanda de água e a busca pelo recurso em bacias vizinhas, caso da Grande São Paulo, em que parte das necessidades são atendidas pelas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Os embates tem sido difíceis mesmo nos Comitês de Bacias Hidrográficas. Na metrópole, a ocupação avança pelas áreas de mananciais e a ausência de coleta e tratamento de esgoto, regra geral para metade dos domicílios do país, ainda é um desafio (e dificilmente aparece como prioridade de governantes).
Destaque para a garotada que a gestão integrada da água depende, assim, de mapear e conhecer o recurso em diferentes ambientes (águas superficiais, subterrâneas, na atmosfera), otimizar os seus múltiplos usos, a economia e o tratamento da água. É preciso também conhecer os atores, as atividades e os grupos que demandam e utilizam cada bacia. Como a água se torna cada vez mais valiosa, organismos como a Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que a gestão compartilhada e integrada é a melhor saída para atender a todos.
Mostre também que o debate sobre o uso da água deve comportar diversas variáveis e dimensões, como indica o Plano Nacional de Recursos Hídricos, entre elas o espacial (incluindo a urbanização), a ambiental, a política, a legal-institucional, a econômica, a demográfica e a sócio-cultural, as novas tecnologias, as questões de saúde e de desenvolvimento humano. Cresce também a importância e a responsabilidade dos municípios.
Proponha que pesquisem para as próximas aulas o que estabelece a recente legislação brasileira, no que toca à gestão dos recursos hídricos, os comitês de bacias e os programas de revitalização de rios e bacias (ver indicações ao final deste plano).
Asia central: muitos países e poucos rios
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Bacia do rio Jordão
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Desafios da gestão da água no Brasil
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 Peça aos jovens que apresentem os resultados das pesquisas indicadas antes. Assinale para os alunos que a partir de 1997 instituiu-se no Brasil um novo arranjo institucional para o gerenciamento dos recursos hídricos. Criou-se um sistema nacional, composto pelo Plano Nacional de Recursos Hídricos, que possui metas e ações, um Conselho Nacional de Recursos Hídricos, e os comitês de bacias hidrográficas. Estas são instituições compostas pelos poderes públicos e representantes da sociedade civil. Os comitês debatem a situação da bacia, promovem estudos e levantamentos e tomam decisões sobre cobrança pelo uso da água (diferenciado, por exemplo, para grandes empresas) e o rateio de custos de obras de uso coletivo e comum. Alguns comitês, como o rio Paraíba do Sul, que percorre São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, estão em estágio avançado. Outros pontos ainda merecem debate público, como a transposição do São Francisco, e o abastecimento e reaproveitamento da água nas grandes cidades.
Na escala global, alguns avanços merecem destaque, como a aprovação pela ONU da Lei de Uso Não-Náutico de Cursos D’água Internacionais. Segundo Clarke e King, o cenário tem mostrado avanços na cooperação. São exemplos as comissões para gerir as águas do rio Indo, entre Índia e Paquistão, e do rio Mekong, no sudeste asiático, e também acordos na bacia do rio Nilo. A gestão da água, seus avanços e impasses, configuram um bom tema para uma dissertação individual. Encomende a tarefa e discuta os resultados com os alunos.
Avaliação 
É essencial avaliar o domínio dos conceitos, noções e processos em jogo nessa sequência de atividades, de acordo com os objetivos iniciais. Entre elas, as de conflito, escassez, gestão integrada e compartilhada. Examine o conjunto da produção de textos e a participação de cada um. Reserve um tempo para que as turmas avaliem as experiências.


Introdução Esta é a última proposta de trabalho de uma série de cinco sobre a questão da água no Brasil e no mundo. Até aqui, os professores e estudantes tiveram a oportunidade de entrar em contato com temas e assuntos como o ciclo da água, a distribuição e a disponibilidade de água na Terra - face às condições naturais e, principalmente, aos usos desse recurso - e também suas modalidades de utilização e repercussões. Na quarta sequência didática esteve em questãoa gestão dos recursos hídricos no Brasil e no mundo, apontando a necessidade de visões integradas e usos compartilhados das bacias hidrográficas.
Agora, vamos examinar o uso da água para a produção de energia e avaliar seus limites e possibilidades, com destaque para a situação do Brasil, onde as usinas hidrelétricas são as responsáveis por mais de dois terços da energia elétrica gerada no país.
Objetivos 
Identificar a produção de energia a partir de usinas hidrelétricas no Brasil e no mundo, avaliando o potencial energético e a capacidade instalada em diferentes bacias hidrográficas.
Avaliar limites e possibilidades e eventuais impactos socioambientais provocados pela instalação dos sistemas de geração de energia a partir de usinas hidrelétricas.
Promover ações na escola e na comunidade que contribuam para preservar os recursos hídricos e evitar usos inadequados da energia disponível.
Conteúdos Água e energia: matriz energética; geração de energia a partir de usinas hidrelétricas no Brasil e no mundo; uso da água para geração de energia e impactos socioambientais.
Áreas do conhecimento Geografia, Ciências e História
Ano 1º ao 5º ano
Tempo estimado Três aulas
Desenvolvimento das atividades

Primeira e segunda aulas De onde vem a energia elétrica que utilizamos todos os dias? Como é a composição da matriz energética nacional? Nesse quadro, qual é o papel da energia hidrelétrica? Por que, mesmo com a disponibilidade de recursos naturais no Brasil, são instituídos planos e aparecem recomendações para economizar energia? Essas e outras questões podem compor planos de aula, projetos de trabalho na escola e sequências didáticas sobre a relação entre água e energia.
Peça que a turma se divida em grupos. Cada um deve preparar listas com as atividades diárias de cada membro que envolvem o consumo de energia elétrica, desde o despertar até a hora de dormir. Proponha que listem também os aparelhos utilizados nessas atividades. A seguir, faça uma roda de conversa com os resultados, aproveitando para lançar algumas questões: como a energia chega até a casa de cada família? A família de cada aluno consome muita ou pouca energia? Esse consumo vem aumentando ou diminuindo? Como é possível descobrir essa informação? O que se pode fazer para evitar gastos desnecessários de energia? Para começar a responder a essas questões, proponha que cada aluno examine a conta de luz de sua casa e traga os resultados para a aula seguinte. Na conta de luz, há obrigatoriamente um campo chamado de "Informações de Leitura". Nele, aparece um pequeno gráfico de barras comparando o consumo dos meses do ano. Assim, com a ajuda dos adultos, cada estudante pode descobrir como estão os níveis de consumo na residência.
Terceira aula
Faça uma roda de conversa com a turma sobre os resultados da leitura da conta de luz. Considere as variações para menos no consumo de energia elétrica nos meses de férias ou recesso escolar e verifique se há redução no período de vigência do horário de verão, de outubro a fevereiro. Geralmente, há redução de consumo nesses meses, já que a iluminação natural ocorre durante mais tempo.

Em relação ao sistema que abastece as residências, mostre que a energia chega pela rede elétrica instalada, que, por sua vez está ligada a subestações e às usinas geradoras. Como a energia gerada não poe ser armazenada, é preciso evitar gastos desnecessários, como deixar lâmpadas e aparelhos ligados na ausência de pessoas. O mesmo vale para banhos demorados e uso excessivo de torneiras elétricas, que consomem muita água e energia. Explique que a economia de energia contribui para reduzir a pressão sobre os recursos naturais, em especial na instalação de novas usinas hidrelétricas (consulte a reportagem Energia Desperdiçada no Brasil supera os R$ 10 bilhões por ano, no Planeta Sustentável).

Proponha que os alunos, em pequenos grupos, elaborem desenhos e cartazes abordando a importância da economia de energia por todos os setores. Combine com a eles a exposição dos resultados na escola.
Avaliação
No caso das turmas do Fundamental I, considere a participação dos estudantes nas tarefas coletivas e individuais. Examine com atenção os relatórios da leitura de conta de luz e avalie os produtos finais sobre a economia de energia. Nas conversas e na produção de textos, observe a compreensão da importância da economia de água e energia e seu significado para reduzir a pressão sobre os recursos. Nas turmas do Fundamental II, é essencial avaliar o domínio dos conceitos, noções e processos em jogo, como os de matriz e fonte energética, recurso renovável e não-renovável e as análises sobre a produção de energia hidrelétrica. Avalie o conjunto das produções de texto e a participação de cada um. Reserve um tempo para que as turmas avaliem as experiências.


Introdução
Este é o segundo de uma série de quatro planos de aula sobre a questão da energia no Brasil e no mundo. No plano anterior (Energia no mundo), foram examinados a oferta e o consumo de energia por fonte em diferentes países e foi ressaltada a grande dependência em relação aos combustíveis fósseis. Foram mostradas, também, situações como a do Brasil, que conta hoje com uma matriz energética mais equilibrada e diversificada. Neste e nos próximos planos, serão examinadas em detalhes as fontes de energia alternativas ou complementares e seu potencial para substituir fontes convencionais de elevado teor energético, mas poluentes e não-renováveis, como o petróleo.
Na aula anterior, foi analisado o papel da energia hidrelétrica, em especial para o caso brasileiro. Neste plano, vamos examinar a produção de etanol e de biodiesel no Brasil e no mundo e seus usos e finalidades, fazendo uma comparação com as fontes fósseis. Se necessário, retome com os estudantes dados e conceitos discutidos nas aulas anteriores.

Objetivos

Identificar e analisar processos produtivos, o papel e a importância da produção de álcool combustível e biodiesel a partir de diferentes matérias-primas vegetais.
Promover ações na escola e na comunidade que contribuam para economizar energia e evitar usos inadequados e predatórios dos recursos disponíveis.

Conteúdos específicos
Energia: fontes de energia alternativas ou complementares; etanol.

Anos
6º ao 9º

Tempo estimado
Três aulas

Desenvolvimento das atividades

Primeira aula
Como vem se configurando a produção de etanol e biodiesel no Brasil e no mundo? Quais seus usos e finalidades e também suas repercussões? Em que medida tais opções energéticas podem ser uma alternativa frente ao uso de combustíveis fósseis? Como ficará a situação do Brasil, que acaba de descobrir imensas reservas de petróleo nas profundezas do oceano? São questões que chamam a atenção e podem mobilizar os estudantes para estudos e pesquisas, projetos de trabalho e sequências didáticas na escola.

Solicite à moçada que examine novamente o gráfico sobre o consumo mundial de energia por fonte (vide aula Energia no mundo). Ele mostra que há crescimento no consumo total em cada uma das fontes de energia consideradas. Embora o aumento seja relativamente maior em outras fontes, as projeções indicam participação majoritária do petróleo nos próximos anos. Em seguida, proponha o exame dos três gráficos a seguir. Eles mostram um "estado da arte" da produção do etanol e do biodiesel no Brasil e no mundo (para outros dados, consulte a reportagem O cenário do etanol, no Planeta Sustentável).

Robles/Pingado
Robles/Pingado
Robles/Pingado

Peça que os estudantes apresentem suas análises para toda a turma. Em seguida, discuta os resultados coletivamente e faça alguns destaques. Por exemplo, o investimento em fontes ditas alternativas vem sendo liderado pela energia eólica e pelos biocombustíveis, respectivamente destinados à geração de energia elétrica e ao abastecimento de veículos. Entre os grandes produtores de biocombustíveis estão o Brasil, com o etanol à base de cana-de-açúcar, e os EUA, com o etanol feito do milho. Países da Europa vem se dedicando à produção de biodiesel, casos da Alemanha e da França. Os biocombustíveis deram um salto extraordinário de 1980 a 2005, com a produção sendo multiplicada em oito vezes no período. No Brasil, já há experiências para a produção de biodiesel a partir do dendê e da mamona, entre outras matérias-primas. No caso do etanol, vale a pena destacar o papel do nosso país, que criou o programa nacional do álcool já na década de 1970, em meio às duas crises do petróleo, enquanto os países da Europa e os Estados Unidos só mais recentemente passaram a investir nessas opções. No caso americano, a elevada produção de milho favoreceu o investimento no etanol à base desse cereal. Como veremos adiante, o tema está cercado de polêmicas, em especial no debate etanol x produção de alimentos. Solicite que, em pequenos grupos, os jovens organizem os dados e conclusões preliminares. Para as próximas aulas, proponha uma reflexão sobre os usos e destinações dessa opção energética. A quem ou quais setores a nova produção de biocombustíveis está atendendo? Não estaria esta opção reforçando um "modelo" (econômico, de transportes, de estilos de vida) que já vem dando sinais claros de esgotamento?

Segunda e terceira aulas Retome as discussões anteriores e proponha a elaboração de um quadro com as relações custo-benefício do etanol combustível e da gasolina. Eles deverão anotar os custos sociais e ambientais das opções e os eventuais benefícios e vantagens de cada um deles. Em seguida, converse um pouco mais com a turma sobre os debates envolvendo a produção de etanol. Seja de cana-de-açúcar, de milho ou de outra matéria-prima vegetal, o álcool combustível tem a vantagem de ser menos poluente e renovável. Ocorre, entretanto, que muito do esforço para gerar essa nova opção pode estar reforçando o modelo rodoviário de transportes e a proeminência do uso do automóvel individual. Para se ter uma ideia, a frota no Brasil em 1995 era de 25 milhões de veículos, devendo dobrar esse número em 2010. Desse modo, a discussão sobre as fontes de energia alternativas deve contemplar as necessidades do conjunto da população, que precisa de meios de transporte mais eficientes, em especial nas grandes cidades. De outro lado, é preciso diminuir o peso do automóvel que, além de poluir, contribui para os congestionamentos urbanos e provoca imensas cirurgias nas cidades na busca de criar novas vias, túneis, viadutos etc. - algo de custo elevado e retorno social questionável. (para outros dados, consulte a reportagem Mais energia limpa, menos carbono, no Planeta Sustentável)

Outro ponto importante é a relação entre a produção de cana e a devastação da vegetação. Vale lembrar que, no Brasil, a cana avança sobre coberturas vegetais que precisam ser protegidas, como as do cerrado e do Pantanal. Além disso, existe um grande debate sobre a da produção de etanol x produção de alimentos. Comparando-se a produção brasileira, à base de cana, com a norte-americana, à base de milho, dados mostram que a primeira tem maior produtividade por hectare, ocupa menos percentual de áreas plantadas e não concorre com a produção de alimentos. O milho, por sua vez, além da menor produtividade, é um item básico da alimentação norte-americana e de muitos outros países, que compram esse bem agrícola dos EUA. Para uma comparação mais acurada, os estudantes poderão examinar os gráficos a seguir e tirar suas conclusões:

Área plantada com cana-de-açúcar para o etanol e outras lavouras (Brasil)
Robles/Pingado


Área plantada com milho para o etanol e outras lavouras (Estados Unidos)
Robles/Pingado

Fonte: Revista Veja, ed. 2058, ano 41, n.17, p. 60-61; Planeta Sustentável 

Para finalizar os debates, os estudantes poderão examinar, no caso brasileiro, o significado e as prováveis repercussões da descoberta de enormes reservas de petróleo no subsolo oceânico, o pré-sal. Se necessário, encomende uma rápida pesquisa sobre o assunto. O petróleo situado na camada de pré-sal situa-se a aproximadamente 5 a 7 km de profundidade em relação à superfície do oceano, num lençol na Bacia de Santos com cerca de 800 km de extensão, do litoral paulista ao catarinense. Dados preliminares indicam a possibilidade de existir até 80 bilhões de barris - o que certamente transformaria o país num dos principais produtores mundiais, ao lado de países árabes e da Venezuela, por exemplo. Muito comemoradas, as novas reservas significam também a continuidade do uso de fontes fósseis e a carbonificação da matriz brasileira, de consequências ambientais, sociais, políticas e econômicas já bem conhecidas. (para outros dados, consulte a reportagem Brasil: energia múltipla, no Planeta Sustentável). Os resultados poderão ser apresentados em meio eletrônico, com exposição oral para a turma e outras classes da escola, ou em relatórios de pesquisa.

Avaliação
É essencial avaliar o domínio progressivo de conceitos, noções e processos, como os de recursos e fontes energéticas renováveis e não-renováveis e suas relações com as dimensões econômica, social e ambiental. Avalie o conjunto das produções de textos explicativos, dos quadros e dos relatórios e apresentação de pesquisas. Reserve um tempo para que as turmas avaliem a experiência e o tema estudado.



Introdução Está é a primeira de uma série de quatro sequências didáticas sobre a questão da energia no Brasil e no mundo. Antes de começar, é importante relembrar os conceitos apresentados na última parte da série sobre água e que introduziu a questão energética (acesse o plano de aula Energia Hidrelétrica). A aula trata da relação entre água e energia e traz conceitos como matriz e fonte energética e recursos renováveis e não-renováveis, que serão úteis aqui.
O foco inicial será a oferta e o consumo de energia por fonte no Brasil e no mundo. Mais adiante são discutidas as opções energéticas e os impactos delas nas mudanças climáticas e no aquecimento global, provocados pela queima de combustíveis fósseis. Por fim, é examinada a importância para o planeta das chamadas fontes alternativas e renováveis de energia.

Objetivos 
- Identificar e analisar a composição da matriz energética mundial e brasileira e sua associação com a produção e o consumo de energia.
- Promover ações na escola e na comunidade que contribuam para economizar energia e evitar usos inadequados e predatórios dos recursos disponíveis.

Conteúdos específicos
Energia: matriz energética; fontes de energia; consumo de energia.

Áreas do conhecimento Geografia, Ciências e História

Anos
6º ao 9º ano

Tempo estimado Três aulas

Desenvolvimento das atividades
Primeira aula
Como se configura a matriz energética brasileira e mundial? Que alterações vêm ocorrendo nos últimos anos em relação à oferta e ao consumo de energia? Como se pode economizar energia na vida cotidiana e qual a importância disso? Essas e outras questões podem ser objeto de planos de aula, projetos de trabalho na escola e sequências didáticas sobre energia.
Os alunos dessas turmas podem examinar a oferta, a distribuição e o consumo de energia no Brasil e no mundo. Com isso, vão obter um panorama do assunto, que pode ser analisado posteriormente para criar propostas voltadas para a solução do problema. Para começar, peça à turma para examinar e comparar os gráficos abaixo, com atenção para a natureza das fontes (renováveis e não renováveis).

Oferta de energia no Brasil e no mundo
Robles/Pingado Fonte: Ministério das Minas e Energia

Após o exame, divida os alunos em grupos e peça que prepararem pequenos relatórios com os resultados. Aqui, você pode destacar alguns pontos: é possível observar que, no mundo como um todo, há forte predominância das fontes fósseis (petróleo, carvão mineral e gás natural) - que, juntas, constituem mais de 80% da oferta de energia. O petróleo é o combustível que mais se destaca e, embora seu uso venha declinando, estima-se que deverá permanecer nesse patamar por mais algumas décadas, até que fontes de alto teor e eficiência energética possam substitui-lo. Destaque que os países do Oriente Médio são os principais produtores de petróleo, entre eles Arábia Saudita, Irã e Iraque. A Rússia também possui grandes reservas (não só de petróleo, mas também de gás natural), o que permite ao país transformar esses recursos em arma geopolítica, como nos contenciosos com a União Europeia, que consome o gás russo, e com a Ucrânia, território de passagem dos dutos.

Os quadros energéticos regionais também oferecem informações relevantes: países como Alemanha e Dinamarca vêm ganhando espaço na produção de energia eólica e solar; no campo do carvão mineral, o destaque é a China, principal produtor e também o maior consumidor. Como o carvão é um recurso não-renovável, o país vem sendo alvo de severas críticas.

Ao comparar a matriz energética mundial com a brasileira, saltam à vista as diferenças em relação à participação de fontes renováveis ou de menor impacto ambiental, como a biomassa - em especial o etanol, produzido com base na cana de açúcar, e o biodiesel, feito com diferentes matérias primas-vegetais, como mamona e babaçu - e a geração hidrelétrica - que, como vimos em plano anterior, responde pela maior parte da energia elétrica gerada no país. (para outros dados, consulte a reportagem Mais energia limpa, menos carbono, no Planeta Sustentável).

Portanto, comparando-se com o cenário mundial, a matriz energética brasileira é mais equilibrada e diversificada. É a que conta com maior participação das fontes renováveis ou alternativas (para outros dados, consulte a reportagem Brasil: energia múltipla, no Planeta Sustentável). Peça que a moçada organize os dados e informações em tabelas, comparando as matrizes do Brasil e do mundo.
Segunda aulaRetome o debate com as turmas, agora enfatizando a questão do consumo de energia. Proponha que os estudantes analisem o gráfico e o mapa a seguir.
Robles/Pingado


Robles/Pingado

Eles vão constatar que está ocorrendo um aumento consistente no consumo de energia de todas as fontes no mundo. Os gráficos mostram uma preponderância do consumo das fontes de origem fóssil - em especial o petróleo -, tanto no período atual como nas projeções para as próximas décadas. Mas vale ressaltar que há também crescimento do consumo de fontes ditas renováveis.

A distribuição regional do consumo não deixa margem a dúvidas: os países ricos, agrupados no mapa na OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) respondem por mais de 50% do consumo energético mundial. Mas os principais consumidores, especialmente de petróleo e derivados, são mesmo os Estados Unidos. Essa potência econômica responde por 23% do consumo da energia mundial, mesmo com apenas 5% da população do planeta.

No Brasil, por outro lado, houve forte crescimento do papel da biomassa, mantendo-se também a importância da energia hidrelétrica. Ao mesmo tempo, cresceu também a demanda e o consumo de petróleo, anunciando um risco de "carbonificação" de nossa matriz energética. Como veremos nos próximos planos, isso pode ser intensificado com a descoberta de volumosas reservas no pré-sal, no subsolo oceânico do sudeste do país.

Peça aos alunos que reúnam as informações e resultados das conversas e debates e preparem uma dissertação individual sobre as perspectivas da geração e do consumo de energia no Brasil e no mundo. Os resultados podem ser objeto de seminários e apresentações na escola.

Avaliação É essencial avaliar o domínio progressivo de conceitos, noções e processos. Entre eles, os de matriz e fonte energética, recurso renovável e não-renovável, e consumo de energia por fonte. Avalie o conjunto das produções de texto e a participação de cada um nas tarefas individuais e coletivas. Nas dissertações, examine com atenção a compreensão dos conceitos e processos relativos à geografia da energia. Não se esqueça de reservar um tempo para que as turmas avaliem a experiência e o tema estudado.

1- (Ufpi) Preservar a biodiversidade constitui uma das condições básicas para manter os ambientes sadios no nosso planeta. Essa afirmação refere-se a uma preocupação:
a) mundial, porque as espécies levaram milhões de anos para se desenvolverem e muitas delas podem
desaparecer do mundo em poucas décadas, se a poluição e o desmatamento indiscriminado tiverem
continuidade.
b) regional, porque o desaparecimento de espécies de animais pode ser responsável por problemas alimentares e pelo aumento de pragas, pela ruptura da cadeia alimentar, em algumas regiões do mundo.
c) apenas para os Estados Unidos e países da Europa que já destruíram quase totalmente suas florestas, por terem desenvolvido seu setor industrial há muito tempo.
d) apenas para países e regiões que se organizaram politicamente em espaços áridos ou semi-áridos, como a Namíbia e o Nordeste do Brasil, que dependem do pouco que resta de seus ecossistemas.
e) apenas para países que utilizam uma tecnologia altamente desenvolvida, que precisam de organismos vivos como fonte original dos princípios ativos.

2- (Ufal - modificada) Os combustíveis fósseis representam as fontes de energia mais consumidas há mais de um século. Atualmente, as estatísticas revelam que cerca de 1/6 da população mundial é responsável por mais da metade do consumo energético global. Estes dados
a) indicam que há um forte desperdício de energia nos países ricos.
b) mostram que onde a industrialização é mais antiga o consumo de energia é menor.
c) demonstram o forte contraste socioeconômico existente no mundo atual.
d) têm pouco significado porque não é o consumo de energia que mostra o padrão de vida de um grupo.
e) não são importantes porque o maior consumo é da população pobre.

3- (Ibmec) Questão: Numa demonstração bastante evidente de que os problemas ambientais despertam enorme preocupação em todo o mundo, vários são os encontros realizados para tratar do tema, tais como a ECO-92, no Rio de Janeiro e a Rio+10, em Johanesburgo (África do Sul). Analise as seguintes afirmativas sobre as questões ambientais:
I – A chamada “crise ambiental” atinge exclusivamente os países ricos, pois é uma conseqüência direta da produção industrial, praticamente inexistente nos países pobres;
II – As últimas décadas do século passado conheceram uma série de propostas dos países ricos de superação dos problemas ambientais a partir de uma modificação da matriz energética, propostas estas que contaram com o apoio unânime do G-7;
III – O aquecimento global, resultante do chamado “efeito estufa”, é um dos mais preocupantes problemas ambientais da atualidade, afinal ele deverá atingir todo o planeta.
Assinale:
a) se apenas a afirmativa I for correta
b) se apenas a afirmativa II for correta
c) se apenas a afirmativa III for correta
d) se as afirmativas I e II forem corretas
e) se as afirmativas II e III forem corretas
4- (Puccamp) A queima do petróleo acarreta danos ambientais diretos, dentre os quais
a) a erosão dos solos e a chuva ácida.
b) a chuva ácida e o efeito estufa.
c) o empobrecimento do solo e as inversões térmicas.
d) a destruição da camada de ozônio e o efeito estufa.
e) as inversões térmicas e a destruição da camada de ozônio
5-(Faculdade Trevisan) O desmatamento indiscriminado pode trazer diversas conseqüências para a sociedade, exceto:
a) Aumento do processo de erosão dos solos.
b) Modificações climáticas com elevação da temperatura.
c) Diminuição da umidade.
d) Assoreamento dos rios.
e) Amenização do efeito estufa.
6- (Fatec) Considere o que se afirma sobre problemas no meio ambiente.
I.  Um dos maiores poluentes dos oceanos é o petróleo. Com o intenso tráfego de navios petroleiros, esse tipo de poluição alcança níveis elevadíssimos.
II. Calcula-se que a poluição do ar tenha provocado uma diminuição do teor de gás carbônico na
atmosfera, participando da diminuição do aquecimento global.
III. Boa parte dos detritos pode ser recuperada ou reciclada. O Brasil desponta como um país onde a reciclagem é elevada.
Está correto apenas o que se afirma em:
a) I.
b) II.
c) I e II.
d) III.
e) II e III.
7- (PUC-SP)
             “Depois de cinco anos sem realizar pregões, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro [...] vai voltar a respirar o ar dos negócios. No próximo dia 15, a instituição dará início ao seu mercado de créditos de carbono, tornando-se a primeira do planeta a comercializar este tipo de título [...] A instituição vai listar projetos que já foram validados por órgãos de certificação [...] que são uma promessa de boa geração
de créditos por meio de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDLs) [...]”
(Daniele Carvalho. “Rio inicia pregão de carbono”. In: Jornal do Brasil. 24 ago. 2005, p. A20)
Esses créditos vão contribuir para o “resgate de carbono” da atmosfera. Assinale a alternativa que se refere ao tratado internacional que deu origem aos MDLs e aponta os fundamentos que os justificam.
a) Protocolo de Montreal, no qual os países membros se comprometeram com a redução gradual do uso do gás clorofluorcarbono. 
b) Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, em que foi emitido relatório afirmando que a ação do homem poderia estar causando o efeito estufa.
c) ECO 92, no Rio de Janeiro, na qual os países se comprometeram a reduzir voluntariamente a emissão de gases causadores do efeito estufa.
d) Protocolo de Kyoto, no qual foram criadas alternativas e estabelecidas metas globais para que os países pudessem alcançar as metas de redução da emissão de gases causadores do efeito estufa.
e) Convenção da Basiléia, na qual foram discutidos a comercialização e o depósito de substâncias tóxicas que podem poluir a atmosfera.
8- (Ufrrj) A inevitável devastação ambiental decorrente do processo de desenvolvimento industrial é um "quadro" que começa a se modificar a partir da defesa pública de um novo conceito: O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.
O uso dessa expressão tem a finalidade de
a) sustentar a inevitável necessidade do desenvolvimento.
b) garantir que o desenvolvimento contemporâneo não se sustenta.
c) sustentar o meio ambiente em detrimento do desenvolvimento.
d) propor a conciliação do desenvolvimento com o meio ambiente.
e) divulgar a insustentável situação do meio ambiente.
9- (Ufscar) A respeito da conservação e da preservação do meio ambiente, foram apresentadas as proposições seguintes.
I. Conservar, ou conservação dos recursos naturais, significa não aproveitar, isto é, guardar ou preservar.
II. A idéia de preservar normalmente implica tombar ou estabelecer um patrimônio cultural-ecológico.
III. A questão ambiental era mais importante, em nível internacional, durante a ordem bipolar, de 1945 a 1991.
IV. A biodiversidade é um assunto que ganhou crescente destaque nas discussões ambientais, a partir da Terceira Revolução Industrial.
Estão corretas as proposições:
a) I e IV.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
10- (Unirio) A idéia de DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL tem sido cada vez mais discutida junto às questões que se referem ao crescimento econômico. De acordo com este conceito considera-se que:
a) o meio ambiente é fundamental para a vida humana e, portanto, deve ser intocável.
b) os países subdesenvolvidos são os únicos que praticam esta idéia, pois, por sua baixa industrialização preservam melhor o seu meio ambiente do que os países ricos.
c) ocorre uma oposição entre desenvolvimento e proteção ao meio ambiente, e, portanto, é inevitável que os riscos ambientais sustentem o crescimento econômico dos povos.
d) se deve buscar uma forma de progresso socioeconômico que não comprometa o meio ambiente sem que, com isso, deixemos de utilizar os recursos nele disponíveis.
e) são as riquezas acumuladas nos países ricos em prejuízo das antigas colônias, durante a expansão colonial, que devem, hoje, sustentar o crescimento econômico dos povos.
11- (Uel) "Se cada uma das seis bilhões de pessoas da Terra tivesse computador, celular e carro, consumisse a mesma quantidade de água, de cereais e de energia que os americanos, seria preciso quatro planetas para dar conta do recado." ("Isto É", n. 1719, 11 set. 2002. p. 75.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a apropriação de bens de consumo e recursos no mundo atual, é correto afirmar:
a) O padrão de consumo norte-americano é sustentável pelo fato de os Estados Unidos possuírem recursos próprios em quantidade suficiente para atender sua demanda.
b) As bases do padrão de consumo norte-americano são a sustentabilidade, o conservacionismo e o preservacionismo ambiental.
c) Para atingir uma economia sustentável, o padrão de consumo norte-americano deve ser disseminado entre os diferentes povos.
d) O padrão de consumo norte-americano evidencia uma relação socioambiental predatória e insustentável.
e) O acesso a bens de consumo nos países subdesenvolvidos pode alcançar o atual padrão norte-americano sem prejuízo ao meio ambiente. 
12 (Vunesp)– As usinas nucleares produzem eletricidade a partir da fissão do átomo. Os perigos do uso da energia atômica, com a atual tecnologia disponível, foram claramente revelados através de acidentes ocorridos nas usinas de Three Mile Island (Estados Unidos), 1979, Chernobyl (ex-URSS), 1986, e Tokaimura (Japao), 1999.


a) cite duas principais desvantagens da energia nuclear e três países para os quais o uso desta fonte energética é importante.


b) Quais as justificativas para a escolha do local de construção das usinas nucleares no Brasil?

13 – (UNESP) Escreva sobre o carvão mineral no Brasil, qual e o tipo predominante, onde se localizam as maiores jazidas e como é utilizado.

14 – (UERJ) Para Cezar Benjamin, a atual crise de energia no Brasil foi artificialmente criada para alterar nossa matriz energética na direção que o capital internacional desejava. Sobre esta questão escreve o autor:
Essa alteração implicava um absurdo evidente, o Brasil devia abrir mão de sua vantagem comparativa no setor (...). Passaríamos da hidreletricidade (...) para a termeletricidade (...)
                                                                        CAROS Amigos, jun. 2001.
O Brasil privilegia as fontes renováveis na sua matriz energética e, conforme o autor, disto não deveria abrir mão.
Para a opção de privilegiar o setor hidrelétrico, apresente um argumento:
a)    de ordem natural:
b)    de ordem econômica:


15 – (FGV-SP) Esse programa fez despertar o processo no qual fica evidente a alta potencialidade natural do Brasil no estratégico campo energético. Posteriormente, esse programa, de êxito mundial indiscutível, foi praticamente interrompido. Na realidade, o programa, como, concedido pela STI, visava a substituição não somente da gasolina, mas dos demais derivados do petróleo por combustíveis renováveis e limpos do ponto de vista ambiental, isso porque o Brasil não importava gasolina, mas petróleo.
             VIDAL, J.W.B. Revista Caros Amigos, ano IV, n. 37, abr.2000.p.42.
O texto faz referencia ao Programa

a)    Nuclear Brasileiro, desenvolvido, pelo governo federal na década de 70, interrompido por pressões de grupos ambientalistas na década de 80.
b)    Energético, de extração do petróleo a partir do xisto betuminoso, desenvolvido pela Petrobras na década de 80 e posteriormente abandonado devido ao alto custo do processo.
c)     Nacional do Álcool (Pró-Álcool), desenvolvido pelo governo federal nos anos 70, tendo sofrido um recuo na ultima década de (1990) devido a diminuição dos subsídios a produção.
d)    Mineral, desenvolvido pela Companhia Vale do Rio Doce desde a década de 70, que tinha como um dos objetivos substituir o petróleo pelo carvão vegetal.
e)     Hidrelétrico, de substituição do óleo combustível como fonte de energia das indústrias brasileiras pela eletricidade, desenvolvido como resposta ao Segundo Choque do Petróleo, em 1979.

16 (UFPE) – As hidrelétricas tem desempenhado um papel destacado no processo de desenvolvimento econômico do Brasil. No entanto, na fase de construção, as hidrelétricas causas diversos impactos diretos ao meio ambiente, tais como:
1.     esvaziamento demográfico com forte emigração urbana.
2.     possível alteração do trajeto do rio nas proximidades da obra.
3.     desmatamento para construção de estradas.
4.     terraplanagem para construção de obras de apoio.
5.     grandes mudanças climáticas regionais.
Estão corretas apenas
a)    1 e 5.
b)    2 e 4.
c)     3 e 5.
d)    1 e 2.
e)     2,3 e 4.
17(UEL-PR) Considere as afirmativas abaixo
      I. O cinturão carbonífero do Brasil esta localizado na região Sul, na parte oriental da Bacia do Paraná.
      II. No Brasil, a obtenção do carvão metalúrgico a partir do carvão mineral e suficiente para abastecer as usinas siderúrgicas do país.
      III. O carvão mineral e uma fonte de energia pouco expressiva no Brasil.
Assinale a alternativa correta
a)    Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.
b)    Apenas as afirmativas II e verdadeira.
c)     Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
d)    Nenhuma afirmativa e verdadeira.
e)     Todas as afirmativas são verdadeiras.
18(UERJ) (...) O consumo nacional de derivados de petróleo acusa uma aascendência regular, que traduz o desenvolvimento das atividades do pais, não só quanto ao transporte mas também quanto a industria.
No entanto, (...) essa ascensão constante do consumo implica necessariamente num aumento das importações, com dispêndios crescentes de divisas, que poderão ser empregadas na compra de outras utilidades estrangeiras, quando o permitir a produção brasileira de óleo mineral.
       DEL, PRIORE, Mary ET AL(Orgs). Documentos de Historias do Brasil de Cabral aos anos 90. São Paulo Scipione, 1997.
Esse texto e parte da mensagem enviada por Getulio Vargas ao Congresso Nacional, em 1951, propondo a criação da Petrobras.
A leitura do texto permite concluir que o principal objetivo da Petrobras era o de:
a) ampliar a exportação de petróleo, obtendo mais divisas para a economia nacional.
b) aumentar a produção petrolífera, garantindo recursos para o desenvolvimento industrial.
c) incentivar a construção de rodovias, objetivando o aumento do consumo de petróleo e derivados.
d) desenvolver  a pesquisa petroquímica, gerando autonomia para o setor de produção de petróleo.
19 – Os carros a álcool já representavam cerca de 90% das vendas da industria automobilística brasileira na década de 1980, todavia não alcançavam hoje nem  0,1% da produção anual de 1,8 milhões de veículos.
Com relação a produção de álcool, os fatores que expressam corretamente uma comparação das diferenças entre os anos de 1980 e 1990, respectivamente, são
a)    formação da Opep, com racionamento de combustíveis, Guerra do Golfo, com aumento na produção de combustíveis.
b)    crise internacional dos combustíveis, com estímulos ao setor alcooleiro, queda nos preços do petróleo, com desinteresse na produção de álcool.
c)     criação do Programa Proálcool, com  estatização do setor sucroalcooleiro, programa de privatizações, com fechamento das usinas produtoras de álcool.
d)    expansão da fronteira agrícola, com incremento no plantio da cana –de –açúcar e álcool.
RECURSOS NATUARAIS: Questão energética no Brasil e no mundo RECURSOS NATUARAIS: Questão energética  no Brasil e no mundo Reviewed by Gilvan Fontanailles on maio 06, 2013 Rating: 5

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