Aula: Vegetação brasileira
NOÇÕES PRELIMINARES:
Para que os governos possam planejar melhor as intervenções sobre seu espaço nacional, muitas vezes, é necessário observar também suas semelhanças.
Para que os governos possam planejar melhor as intervenções sobre seu espaço nacional, muitas vezes, é necessário observar também suas semelhanças.
Então
quer dizer que a partir da observação de características semelhantes podemos
reunir algumas porções do território brasileiro? Podemos sim, e essa é uma das
principais ferramentas utilizadas pela geografia, a regionalização.
Nesse caso, você sabe o que significa regionalizar?
Dividir em regiões, ou melhor, identificar porções do espaço com determinadas semelhanças.
Assim, podem existir tantas regiões quantas o homem quiser propor. A variabilidade de divisões possíveis é quase infinita.
Uma
conclusão importante é a de que a região não é uma divisão natural, algo
inevitável, ela pode variar de acordo com os objetivos e propósitos de quem a
define.
Vamos
ver um exemplo. Muita gente fala da região Nordeste do Brasil que com certeza
você conhece. Existe uma região Nordeste definida pelo IBGE (mapa A) e uma região
Nordeste proposta pelo geógrafo Pedro Geiger, em
1967
(mapa B).
Compare
os mapas. Eles apresentam as mesmas regiões? A região Nordeste que aparece nas
duas regionalizações tem os mesmos limites?
Não,
em cada mapa foram representadas diferentes regiões e mesmo as delimitações
para a região Nordeste, que aparecem nos dois mapas, não são iguais.
Mas será que existe apenas este tipo de região?
Além das regiões definidas segundo critérios socioeconômicos (tipo de economia, características da organização social, condições de vida), existem também regiões definidas segundo critérios naturais (tipo de vegetação, condições climáticas etc.).
Nessa aula vamos conhecer duas dessas propostas propostas.
Assim como no caso das regiões socioeconômicas, as regiões naturais podem ser delimitadas a partir de critérios variados, podendo existir inúmeras regionalizações que levem em conta critérios naturais.
As
mais conhecidas formas de regionalização dos ambientes naturais são os biomas e
os domínios morfoclimáticos. Apesar de se assemelharem, essas duas
regionalizações têm significados diferentes.
Os
biomas (bio = vida + oma = grupo) correspondem a um conjunto de vida (vegetal e
animal), sendo definidos pelo agrupamento de tipos de vegetação e pelas
condições geológicas e climáticas similares.
Os
domínios morfoclimáticos são o resultado da combinação de alguns elementos
naturais, com destaque para o clima e a vegetação. Esta regionalização foi
criada em 1970 pelo geógrafo Aziz Nacib Ab’Saber que, um pouco mais tarde,
passou a denominá-la Domínios Paisagísticos Brasileiros.
Não
se deve confundir bioma com domínio. Os domínios morfoclimáticos ou
paisagísticos compreendem grandes extensões que englobam variados ecossistemas.
O
géografo Ab’Saber identificou seis grandes Domínios Morfoclimáticos ou
Paisagísticos, além das faixas de transição.
Agora
vamos fixar nossa atenção nas diferenças e semelhanças que nos permitem
delimitar os espaços ocupados por estes domínios.
Então
vamos lá!
Voltando
ao mapa, observe que a maioria dos domínios morfoclimáticos ocupa a zona
climática intertropical (Amazônico, Caatinga, Cerrado e Mares de Morros). Como
vimos em aulas passadas, cada zona climática reúne características
relacionadas à maior ou menor incidência dos raios solares, fazendo com que nas
menores latitudes (mais próximas de 0°) as temperaturas sejam mais elevadas. Os
outros dois domínios (Pradarias e Araucárias) ocupam a zona temperada, ou seja,
em latitudes mais elevadas (mais afastadas de 0°) onde as temperaturas tendem a
ser mais
baixas.
A
temperatura, juntamente com a umidade e a pressão atmosférica, é um importante
elemento para identificarmos as diferenças e singularidades de cada um desses
biomas.
Observe o mapa de climas do Brasil. Não se preocupe com os detalhes, basta observar as regiões climáticas indicadas nele e compará-las à delimitação dos domínios climatobotânicos.
Observe o mapa de climas do Brasil. Não se preocupe com os detalhes, basta observar as regiões climáticas indicadas nele e compará-las à delimitação dos domínios climatobotânicos.
Além do clima, outro importante elemento utilizado para a definição dos domínios climatobotânicos foi o relevo, lembra? Então, observe também o mapa do relevo brasileiro. Você consegue observar certa coincidência entre as áreas delimitadas nos três mapas?
E
então, não é tão difícil de perceber as tais diferenças e semelhanças,
concorda?
Na
próxima aula vamos conhecer as características que singularizam cada domínio
morfoclimático. Então até lá!!!
As
principais formações vegetais (biomas) têm a sua distribuição mundial intimamente
associada aos climas da Terra.
Classificação da vegetação quanto à presença de umidade:
-
hidrófitas:vegetação aquática e subaquática.
-
higrófitas: vegetação adaptada a ambientes
úmidos, com folhas grandes que permitem in tensa transpiração e absorção de umidade.
-
tropófitas: vegetação de ambientes que
apre sentam variação sazonal de estação seca e úmida.
-
xerófitas:vegetação adaptada a ambientes
se cos, com folhas pequenas, ou substituídas por espinhos.
-
halófitas: vegetação de ambientes úmidos
e com elevada presença de salinidade no solo.
- orófilas:
vegetação de montanha, de altitude, pouco desenvolvida e adaptada a ambientes frios.
Classificação da vegetação quanto à presença de folhas:
-
latifoliadas: folhas grandes e largas,
encontra das em ambientes com elevada umidade.
- Aciculifoliadas: folhas em forma de agulha,
encontradas em ambientes com invernos rigorosos e prolongados.
-
Caducifólias: espécies vegetais que perdem
as folhas em determinada estação do ano. Geralmente no período seco ou no período
de inverno.
-
Perenifólias: espécies vegetais que mantêm
as folhas durante todo o ano.
Formação complexa
- Cerrado:
formação arbórea arbustiva de espécies variadas, formada por vegetação xeromórfica,
é predominante do Brasil Central,cujo clima é o tropical típico (verão chuvoso e
inverno seco). Pertence à classificação do bioma savana.
Pode
ser dividido em:
-
cerradão onde predominam árvores;
-
cerrado propriamente dito, onde predominam
árvores de menor porte e distantes umas das outras com troncos tortuosos e casca
grossa;
-
cerradinho ou campo cerrado onde há predominância
de arbustos e gramíneas.
Junto
aos cursos d'água surge a Mata de Galeria, vegetação mais desenvolvida devido à
umidade presente no solo.
-
Caatinga: vegetação típica do semiárido
nordestino, formada por vegetação xerófita, podendo ser dividida em:
-
caatinga seca não arbórea: com predominância
de cactos e ausência de árvores.
-
caatinga seca arbórea: com predominância
de árvores e arbustos.
- caatinga arbustiva densa: em forma de bosques.
O
solo da caatinga sofre com os processos de desertificação e salinização.
Pantanal:
abrange uma área de aproximada mente 150 mil km2, dos quais dois terços são inundáveis
no verão (de novembro a fevereiro). Apresenta espécies florestais, arbóreas, arbustivas
e herbáceas, tendo inclusive em áreas mais secas vegetação semelhante à caatinga.
Formações Florestais
Floresta Amazônica: recebe várias denominações, como:
-
floresta latifolíada ou equatorial: por apresentar folhas largas.
-
hileía: nome dado pelo naturalista Humboldt .
-
floresta ombrófíla: devido à elevada umidade.
É
dividida em três setores:
-
mata de igapó: localizada na área de planície,em terrenos baixos, permanentemente
alagados.
-
mata de várzea: setor sujeito a inundações periódicas, com grande diversidade de
espécies vegetais.
- mata de terra firme: recobre as áreas mais elevadas,
correspondendo a 90% da área da floresta.
Aula: Vegetação brasileira
Reviewed by Gilvan Fontanailles
on
abril 30, 2013
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