ASSUNTO CORRETES DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO II - O Possibilismo
NOÇÕES PRELIMINARES:
No
fim do século XIX, em 1870 com o fim da guerra franco prussiana a Alemanha
anexou Alsácia e Lorena a seu território (domínio). A vitória da Alemanha sobre
a França,foi atribuída pelo governo francês ao ensino ministrado no país, que
foi considerado de baixa qualidade quando comparado com o ensino da Alemanha.
Isto é, a perda da guerra foi atribuída não ao exército alemão, e sim à
geografia, como ela era ensinada e aplicada.
Foi
neste contexto que surgi na França do século XIX, uma outra corrente de
pensamento geográfico, a corrente possibilista. Ela surgi como uma reação ao
determinismo geográfico alemão e ao seu expansionismo.
ENTÃO VAMOS LÁ!!!
Nessa
nova escola geográfica, a natureza passou a ser vista como possibilidades para
a ação humana; daí o nome de Possibilismo dado a esta corrente por
Lucien Febvre.
Nessa
nova perspectiva a natureza é considerada como fornecedora de
possibilidades para se quisesse o homem poderia modificá-la a seu
favor. Assim bastaria que o homem interviesse nessa, adequado-a as suas
necessidades.
ISTO
É: O Homem tem a possibilidade de mudar(transformar) o meio se quiser. Assim,
nascia a segundo paradigma a caracterizar a geografia do final do século XIX.
Teve como principal personagem o francês Paul Vidal de La Blache.
Observa-se
que seus defensores abolem qualquer forma de determinação do homem sobre a
natureza, isto é, La Blache e seus seguidores negam a ideia que o homem fosse
um produto do meio, e adota a idéia de que a ação humana é marcada pela
contingência, isto é, algo que este pode se quiser se adaptar ao meio e mudá-lo
se assim o desejar.
Resumindo: Os
adeptos da perspectiva possibilista não atribuem às condições ambientais a
responsabilidade absoluta pela pobreza da população regional. Para os
possibilista, o meio ambiente pode oferecer possibilidades que serão ou não
aproveitadas em função do gênero de vida, das necessidades etc.
daspopulações. O que La Blache, traz de novo para o campo da análise
geográfica é que o homem se adapta ao meio, além de modificá-lo.
Para
La Blache O HOMEM não sofre ação do MEIO NATURAL e sim agi sobre o MEIO por
isso ele o ver como um sujeito ativo. Isto é, que pratica a ação sobre um outro
agente exterior a ele homem.
Isto é: La Blache concorda que o homem é um agente geográfico que atua sobre o meio natural, de acordo com seu pensamento o homem não só tem influência no meio natural, como tem a opção de criar possibilidades para sobreviver.
Além
do conceito de região La Blache introduz um outro conceito fundamental pra
entender a sua teoria é o de gênero de vida,
onde defendia que os povos que foram colonizados pelos europeus acabaram sendo
beneficiados culturalmente. Esse conceito legitimava o domínio dos povos
asiáticos e africanos pelos franceses.
O
QUE SERIA O GÊNERO DE VIDA?
Gênero de vida seria como um (o) conjuntos de técnicas que foram repassadas de geração a geração, nascida da necessidade de dar uma resposta a alguma manifestação do meio.
Gênero de vida seria como um (o) conjuntos de técnicas que foram repassadas de geração a geração, nascida da necessidade de dar uma resposta a alguma manifestação do meio.
Vidal
de La Blache propõe um novo método à geografia, inserindo uma perspectiva
histórica e funcional. As relações homem-meio são encaradas, por essa ótica,
com uma abordagem recíproca e harmônica. Além de receber influências de seu
ambiente, o homem se apresenta como fator geográfico, transformando a
fisionomia da paisagem a partir das possibilidades que cada meio oferece.
“Enquanto que, para o determinismo, o homem era apenas um elemento entre os
outros, com Vidal, ele se faz mestre dos outros, pois se adapta à natureza e a
transforma em seu próprio benefício.”
Paul
Vidal de La Blache se pergunta por que há áreas povoadas e outras não. Sua
resposta considera que algumas regiões são mais propensas à vida. Se as regiões
áridas ou muito frias foram ocupadas é porque houve uma intensa pressão em
áreas mais férteis, ocasionando migrações.
O
autor afirma que a tendência foi a aglomeração de núcleos humanos ao longo do
curso de rios, ocorrendo uma separação por obstáculos, como montanhas. Nesse
isolamento, em sua relação com o meio, o homem teria engendrado seu modo de
vida, levando à criação de técnicas capazes de transformar o ambiente.
Analisados
por meio de ideias darwinistas, os isolamentos levam à formação de “raças”. Em
alguns casos, a população ficaria estagnada em seus hábitos, assemelhando-se às
populações animais, por serem presas, historicamente, à mesma forma de
interação com o meio.
É
assim que, para o mesmo autor, os povos teriam uma tendência inerente ao
aperfeiçoamento. Há culturas rudimentares, pontuais, e outras capazes de
transmitir seus progressos. A Europa ocidental teria apresentado um
desenvolvimento quase contínuo, o que não ocorrera com as civilizações da
África e da Ásia, habitantes das zonas de deserto e de estepes. Por isso, os
europeus deveriam alastrar seu “progresso” e “evolução” para outros gêneros de
vida.
ASSUNTO CORRETES DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO II - O Possibilismo
Reviewed by Gilvan Fontanailles
on
março 08, 2012
Rating:
Nenhum comentário